domingo, 18 de maio de 2008

DOM – De Outro Modo



Já vos aqui tinha falado da DOM, a revista gay escrita em português e publicada do outro lado do atlântico e que era bom, por cá encontrar nos escaparates.

O super simpático Augusto Lins Soares, responsável pelo projecto gráfico-editorial e pela Direcção de Criação, tem-me enviado exemplares. Muito obrigado Augusto ;)

Na semana passada recebi a edição Nº3 Abril/Maio. Como a revista é boa demais, eu hoje estou bonzinho e vocês infelizmente ainda não a podem comprar aqui por Portugal, decidi partilhar algumas coisas convosco.

Como cover boy, o Rodrigo Hilbert, que eu não fazia a mínima ideia quem era. Perdão, perdão, mil vezes perdão! Sou um total ignorante relativamente a novelas quer brasileiras quer nacionais. Bem, não conhecia, mas adorei vê-lo na DOM e passar a saber quem é.



O Valmir Júnio assina uma excelente reportagem, acerca da forma com é ser gay e pertencer às forças armadas brasileiras. O Valmir Júnior falou com dois militares de carreira, acerca das dificuldades e não só, que um gay tem no Brasil quando abraça profissionalmente a carreira militar.



Como será hoje em Portugal?

Eu devo ser dos poucos civis que tiveram que cumprir o extinto serviço militar obrigatório e após a recruta, fui chamado patrioticamente enquanto psicólogo, a participar no processo de avaliação e selecção dos candidatos, a uma das escolas de formação das forças armadas portuguesas. E sabem qual foi um dos critérios que me mandaram ter em consideração na avaliação? Despistar homossexuais. Será que ainda hoje é assim?

Por curiosidade, no Reino Unido as forças armadas de sua majestade, por sinal um dos melhores exércitos profissionais do mundo, colocam anúncios de recrutamento em revistas gay, tendo uma politica de Recursos Humanos relativamente aos gay, totalmente aberta e assumida.

O Jorje Tarquini e o Paulo Cabral (fotos) assinam a entrevista ao André Almada, o sócio da The Week, clube que qualquer gay clubber já ouviu falar, mesmo que não conheça o circuit brasileiro como é o meu caso.

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O super portfólio fashion boys é do fotógrafo Jorge Figueiredo. E as fotos são fantásticas.





Como editoriais de moda, temos as excelentes fotos do Marcelo Bormac com styling do Felipe e do Ricardo Bruno, em torno dos jeans.




O Fáustulo Machado (fotos), o Felipe e o Ricardo Bruno (styling), assinam o editorial “Prata”, ilustrando-nos uma tendência, que já sabemos ser totalmente obrigatória: o uso, sem vergonha ou preconceitos machistas de jóias no masculino.



O editorial Look Smart com fotos do Paschoal Rodriguez e com o Rodrigo Hilbert como modelo, e que eu adorei ficar a conhecer, é invernal, invernal, muito muito bem comportado e em meu entender, demasiado L’Uomo Vogue e por isto mesmo, em toda a revista é o que menos gostei. Se estivéssemos em Outubro (bem sei que no Brasil, agora é Outono para aí com quanto? 20 - 25 cº?), se eu estivesse em Milão, já fizesse um frio do caraças com temperatura de 0Cº e me apetecesse comprar a L’Uomo Vogue (o que é muito raro), talvez lhe tivesse achado piada. Mas confesso, que na DOM e com o Rodrigo Hilbert, teria tido muito mais prazer estético e visual com algo mais arrojado, actual e com menos roupa.




Há ainda um óptimo artigo de viagem sobre Montreal por Janice Barcelos, Cláudia Erthal e Valmir Júnior.



Um divertido artigo sobre design de interiores em torno de um apartamento em que as peças centrais são arte homoerótica




E para terminar, dois excelentes artigos, que não posso deixar de mencionar.

O artigo do Júlio César Moreno, acerca da inexistência de super-heróis gay, na BD, na literatura, no cinema, na TV, no desporto, e o impacto que isso tem, na construção da nossa identidade gay positiva.



E ainda o texto do André Carvalhal, que relata a história de uma agressão homofóbica que aconteceu numa praia do Rio de Janeiro e o incrível movimento de cooperação, solidariedade e união, que se desenvolveu posteriormente ao sucedido.



O André Carvalhal e um amigo que presenciaram e fotografaram a agressão, publicaram as fotos na net, e com isto criaram um movimento de protesto e solidariedade, que para além de ter conseguido identificar e denunciar os agressores, recebeu a cobertura mediática de todos os meios de comunicação social.

Quem pega na ideia em Portugal? Situações diárias não devem faltar, num país em que crianças, movidas pela homofobia espancaram até à morte a Gisberta.

E há ainda mais e muito mais, mas como este post já vai longo, apenas vos posso recomendar que vão à página da DOM, onde poderão ler e ver alguns dos artigos que referi aqui e muito muito mais.

E, se estiver de saída para a Pride de são Paulo, assim que chegar, não deixe de comprar a DOM que traz como encarte no seu Nº4, um guia de sobrevivência para a semana da Parada, elaborado pelo blogger Thiago, do fantástico Introspecthive e pelo Marcos Carioca do Cariocavirtual.

Por isso já sabe, a Parada de São Paulo está nos seus planos de viagem? No guia da DOM, tem a selecção das melhores festas da Pride, dos melhores ginásios, dos melhores restaurantes, bares e penso que mais e muito mais, mas sobre isso não sei porque ainda não vi.

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