quinta-feira, 22 de maio de 2008

Museu do Oriente




No passado Domingo fui ao novo museu de Lisboa, O Museu do Oriente.

O edifico Álvaro Cabral na 24 de Julho, um enorme paralelepípedo monolítico, construído nos anos 40 para servir de armazém de bacalhau foi transformado no museu da Fundação Oriente, que tem por missão, valorizar os testemunhos da presença portuguesa na Ásia

O projecto de arquitectura de adaptação do edifício á sua nova função, é da autoria do Carrilho da Graça e do Rui Francisco. O Carrilho da Graça assina também o projecto museológico com Nuno Gusmão e o pequeno jardim, que separa a entrada do museu da caótica 24 de Julho, tem a mão do Gonçalo Ribeiro Telles.

Como seria de esperar, as peças e colecções em exposição, provém da colecção da Fundação Oriente e andam em torno das porcelanas companhia das Índias, arte namban e outras artes decorativas das diferentes culturas Asiáticas.

Definitivamente, este tema museológico não é de todo my cup of tea. Por sinal, até me costumo aborrecer bastante neste tipo de museus, por isso, a minha motivação devia-se muito mais à curiosidade relativa ao projecto arquitectónico de reconversão do edifício, que ao acervo que esperava ver em exposição.

O espaço expositivo divide-se por três andares. Exposições temporárias no primeiro e último nível e a exposição permanente no nível intermédio.

Para quem como eu, não é avassaladoramente tocado esteticamente por uma travessa companhia das índias, uma urna funerária para cinzas do Sec XVII, arte sacra indo-portuguesa ou até mesmo artefactos de carácter antropológico, a ida ao Museu do Oriente, foi uma boa experiência.

O projecto museológico da colecção permanente é excelente, conseguindo proporcionar ao visitante totalmente leigo como eu, uma visão pedagógica e uma experiência poética.

A sala imensa, totalmente preta e quase na total obscuridade, fez-me sentir percorrer uma viagem não num outro tempo, mas numa outra dimensão. A iluminação é excelente e a organização do espaço e das peças não poderiam resultar melhor.

Apenas vi em toda a minha vida uma exposição com arte sacra, artefactos indígenas e esse tipo de coisas, que me deu tanto prazer como esta, A Brazil – Body and Soul, exposta num Guggenheim de NY totalmente pintado de preto.

Bom, não preciso exagerar na comparação, a experiência da rotunda do Frank Lloyd Wright, transformada num imenso buraco negro pelo Jean Nouvel, foi verdadeiramente algo de uma outra dimensão, e terminava com peças do o movimento modernista Brasileiro, não se ficando pela arte indígena e arte sacra. Mas pronto está bem, podemos dizer que Lisboa ganhou um excelente novo espaço museológico.

Interessante seria, que na programação que se segue, não se ficasse pelo óbvio (arte antiga ), mas que este museu do oriente, também de dedicasseà divulgação de artistas asiáticos contemporâneos.

Um exemplo? o FANTÁSTICO FABULÁSTICO Cai Guo-Qiang ;)))

Algumas das fotos do trabalho do artista agora em exposição retrospectiva no Guggenheim de NY.





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