terça-feira, 25 de agosto de 2009

La Biennale di Venezia



Perturbante e deslumbrante é o trabalho de Nathalie Djurberg apresentado na Bienal de Veneza no Palazzo delle Esposizioni – Giardini (antigo Padiglione Itália).

O seu Jardim do Éden é povoado por uma selva de flores (carnívoras? humanas?) que ameaçam poder devorar-nos a alma, o sexo e o corpo. A definição de beleza enquanto algo que pode destruir-nos mas que desdenha em fazê-lo, encontra uma nova aplicação com Nathalie Djurberg.

A sala é totalmente ocupada por uma selva de criaturas meio plantas meio humanas, sedutoras e mortíferas. No meio da selva de flores, no seu sentido mais realista do termo, vídeos de animação de outras estranhas criaturas (serão assim tão estranhas?), estas mais antropomorfizadas, construídas em plasticina, que se desintegram, devoram transforma e mutam de forma metaforicamente humana e realista. O som que ecoa na sala, parece emanar das raízes não visíveis das dos seres da floresta.

O nome de Nathalie Djurberg ficou-me na memória, depois de ter visto o seu trabalho na Fondazione Prada, agora depois desta Bienal de Veneza, ficará como um nome a seguir e a acompanhar. Apesar de no momento ainda só ter visto as exposições do Giardini, arrisco a dizer que os surrealistas Jardins do Éden de Nathalie Djurberg foram um merecidíssimo Leão de Prata.






7 comentários:

A.M.B disse...

lindo!

Luis Royal disse...

nem um comentário sobre o veto?

poor guy fashion victim disse...

Veto? Qual veto? O do Cavaco à alteração (milimétrica) da lei relativa às uniões de facto?

Se se refere a esse veto, que vete. Vete que assim maior razão há para a lei do casamento civil deixar de discriminar pessoas do mesmo sexo, já que pelo que depreendo do veto, o casamento civil tem maior seriedade. Logo, por coerência de ideias o Senhor Presidente desta baiúca terá que admitir que: ou a lei do casamento civil é mudada já já, porque não podem haver casamentos de primeira e de segunda, ou então assumir que uma relação entre pessoas do mesmo sexo, não é possível porque são para ele relações de segunda.

Que vete.

Luis Royal disse...

e não lhe parece que este veto antecipa outro veto, mais à frente?
fala-se de "casamento", essa grande instituição intocável e respeitável e indestrutível!
o professor cavaco até teve razão nas razões do veto, mas mete medo.

poor guy fashion victim disse...

Sim mete medo, muito medo e não duvido das razões moralista que levaram Cavaco a vetar esta lei, nem da sua homofobia, homofobia que jamais assumitá ter, tal como a maior parte dos homofóbicos.

Só que nas palvaras dele "4 – Na verdade, a equiparação do regime jurídico das uniões de facto ao regime do casamento pode redundar, afinal, na compressão de um espaço de liberdade de escolha. Ao que acresce o risco de uma tendencial equiparação entre duas realidades distintas – e que os cidadãos pretendem que assim o sejam – se converter, no fim de contas, na criação de dois tipos de casamento ou, melhor dizendo, de transformar a união de facto num «para-casamento», num «proto-casamento» ou num «casamento de segunda ordem».

Logo o acesso ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, enquanto questão de igualdade, princípio inalienável, jamais poderá ter uma outra figura que seja um casamento ou um proto-casamento, já que isso será em sim mesmo discriminatório (casamento com outro nome para paneleiros e fufas como muita gente defende). LOGO ou se assume que se respeita um direito inaliaanável, ou assume-se que por razões morais (ou melhor moralista) e preconceitos a instituição casamento não pode ser conspurcada pelos AFECTOS entre pessoas do mesmo sexo, que como sabemos (para eles) é de "natureza diferente" dos outros tipos de Afectos. Ou seha os hetero têm aFECTOS DE PRIMEIRA E OS GAY DE SEGUNDA, esses seres devaços que não sabem o que é sequer "familía".

Resumindo (já dava para um post), se me choca? chocou, mas acho 100.000 preferível um homofóbico assumido, que um homofóbico no armário

poor guy fashion victim disse...

E ainda para o Luís, até que tenha tempo de fazer um post, a cada povo o seu presidente:
Veja quem Obama deu a mais alta condecoração Cívil:
http://www.whitehouse.gov/blog/2009-medal-of-freedom-recipients/

Apanhei a notícia na imprenssa estrangeira e não sei se a tuga a ela se referiu um única palavra, com aparticularidade de nos distinguidos figurarem duas pessoas que lutaram pela igualdade e contra a discriminação com base na orientação sexual.

Olhe ontem lembrei-me se si (o risotto continua prometido) passei pela VA e vi a linha deles Royal Actual. até eu nem sei porkê, é certo só ao segundo olhar, gostei do bric-a-brac.

Luis Royal disse...

caro poor guy,
achamos que deve ser clara a distinção entre casamento e união de facto, e que os dois modelos não se devem aproximar, e é nesse ponto que poderei concordar com o presidente da república. caso contrário acabe-se com o casamento, se é um modelo ultrapassado e se a união de facto tem tanta adesão.
claro que ambos os modelos, existindo, devem poder ser aplicados a todas as pessoas, quaisquer que sejam os sexos das uniões.

as condecorações do obama infelizmente não nos servem de exemplo. tomáramos.

gostamos da linha do sam baron, mas não é surpreendente. é o típico artifício de sobrevivência de uma manufactura na miséria, quando já outros fizeram coisas do género.
se não fossem os decalques pretos já tínhamos a "tina" grande. mas decalque + assemblagens = too much.
mas se a va continuar com ideias destas, parece-nos bem.
mas experimente entrar e perguntar pela colecção do sam baron. não sabem o que é. assim como outras peças de designers e artistas que lá estão e não fazem ideia... enfim.

até ao risotto,
a gerência do nosso.