Prometo que não vou tornar o PGFV, numa extensão da Revista Ler e igualmente prometidissimo está, não fazer recenssões dos livros das Ritas Ferro (também poderia ser Laurindas Alves), mas a tradução da estreia literária do autor de "A Linha da Beleza" muito tardiamente chegado ao mercado editorial nacional, é absolutamente fundamental na mesa-de-cabeçeira de qualquer bixa que não seja analfabeta funcional.
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sábado, 18 de setembro de 2010
A Educação de uma Bixa
Prometo que não vou tornar o PGFV, numa extensão da Revista Ler e igualmente prometidissimo está, não fazer recenssões dos livros das Ritas Ferro (também poderia ser Laurindas Alves), mas a tradução da estreia literária do autor de "A Linha da Beleza" muito tardiamente chegado ao mercado editorial nacional, é absolutamente fundamental na mesa-de-cabeçeira de qualquer bixa que não seja analfabeta funcional.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
As músicas (muito hetero) que mais contribuíram para a minha formação (de vida) em bixice #11
Primeiro “The Carny” e logo depois a pérola que dá nome ao álbum de 1983/84, “From Her to Eternity”, aqui numa versão de 1987, metida no meio do filme "Der Himmel Ueber Berlin" do Wenders.
Hetero até há medula, ouvido até à exaustão, mas se bem me lembro, só atiçou a minha bixice, o que talvez seja a prova provadinha, que a bixice encontra-se onde um homem quiser.
Hetero até há medula, ouvido até à exaustão, mas se bem me lembro, só atiçou a minha bixice, o que talvez seja a prova provadinha, que a bixice encontra-se onde um homem quiser.
terça-feira, 6 de abril de 2010
As músicas (muito hetero) que mais contribuíram para a minha formação (de vida) em bixice #10
E como premonição da muito fase mística em redenção total de um “The good son” quase que podia deixar correr todas as músicas do álbum “Tender Pray” tal a importância que tiveram na minha formação de bixa.
Para não serem todas,que poderiam ser, volto a repetir, fiquem com a abertura do album: The Mercy Seat aqui que foi o que por ai encontrei mais próximo das primeiras versões.
Para não serem todas,que poderiam ser, volto a repetir, fiquem com a abertura do album: The Mercy Seat aqui que foi o que por ai encontrei mais próximo das primeiras versões.
domingo, 4 de abril de 2010
As músicas hetero que mais contribuíram para a minha formação (de vida) em bixice #9
Pois é, já antes deste The Ship Song, Nick Cave já me tinha emocionado até á medula, com a descoberta dele num From Her to Eternity, no meio de um Wim Wenders mágico, que me eternecia até ás lágrimas ao mesmo tempo que me lavava a alma.
Pronto, coisas de bixa, que até a muito hetero música do Cave, não tornou mais hetero.
Anos mais tarde, com um Nick Cave em redenção, pensei que nunca mais iria oubir dele, músicas lancinantemente pungentes, belas, terríveis e ele brinda-nos com este The Ship Song.
Acho que me fez uma melhor bixa! esta música! ;)
Pronto, coisas de bixa, que até a muito hetero música do Cave, não tornou mais hetero.
Anos mais tarde, com um Nick Cave em redenção, pensei que nunca mais iria oubir dele, músicas lancinantemente pungentes, belas, terríveis e ele brinda-nos com este The Ship Song.
Acho que me fez uma melhor bixa! esta música! ;)
domingo, 7 de março de 2010
As músicas dos Pet Shop Boys que mais contribuiram para a minha formação (de vida) em bixice #8

A bixice em Domino Dancing é quase uma bixice subliminar, mas apenas quase, porque até no final dos anos 80, não acredito que uma bixa que fosse bixa, ou até uma simples bixa in progress, não percebesse ao certo um dos possíveis sentidos da letra. O vídeo ajudava, confundindo apenas os heterossexuais incautos.
Não encontro o videoclip disponível para incorporação. Aqui fica um link.
quinta-feira, 4 de março de 2010
As músicas dos Pet Shop Boys que mais contribuiram para a minha formação (de vida) em bixice #7
Ena e já vou no #7 ;)))
Pessoalmente esta é uma das que mais gosto dos PSB ;) farto-me sempre de sorrir cada vez que vejo/ouço como a configuração do título RENT com o final do nome dos PSB: BOYS-RENT é o leitmotiv da música e do fantástico vídeoclip realizado por um Darek Jarman, DELICIOSO. L.I.N.D.O !!!!!
Não consegui encontrar disponível nenhuma cópia para disponibilizar aqui no PGFV, então aqui fica o link.
Espero que se divirtam tanto quanto eu cada vez que vejo este vídeoclip ;)
Aqui ficam três imagens que acho deliciosas:


Pessoalmente esta é uma das que mais gosto dos PSB ;) farto-me sempre de sorrir cada vez que vejo/ouço como a configuração do título RENT com o final do nome dos PSB: BOYS-RENT é o leitmotiv da música e do fantástico vídeoclip realizado por um Darek Jarman, DELICIOSO. L.I.N.D.O !!!!!
Não consegui encontrar disponível nenhuma cópia para disponibilizar aqui no PGFV, então aqui fica o link.
Espero que se divirtam tanto quanto eu cada vez que vejo este vídeoclip ;)
Aqui ficam três imagens que acho deliciosas:



terça-feira, 2 de março de 2010
As músicas dos Pet Shop Boys que mais contribuiram para a minha formação (de vida) em bixice #6
E esta, nem que fosse só pelo videoclip com realização do Derek Jarman já valia a pena. Vale por isto e muito mais. Paninaro já aqui apresentado e rodado em Milão, em plenos anos 80, inspirado nos paninaro com os seus Armani Jeans, Rayban, Moschino e blusões Moncler (ainda francesa), e que não foram invenção dos PSB, também já tem a mão do Jarman, mas outros virão.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
«Le bonheur n'est peut-être qu'un malheur mieux supporté.»
Marguerite Yourcenar - Alexis ou le traité du vain combat
Para não ficarem com a ideia que a minha edução/formação em bixice (bichice) apenas consistiu nos visionamentos dos vídeos dos Pet Shop Boys e nos desfiles da Dolce&Gabbana, que foram aliás fundamentais, entre muitos outras coisas, para a bixa (bicha) que sou hoje, lembrei-me de um livro maravilhoso da Yourcenar.
A maior parte dos livros da Marguerite Youcenar, lésbica por sinal, fizeram e fazem parte das traves mestras da minha literatura de bixa. Se me lembrei do “Alexis ou O Tratado do Vão Combate “ (1929) e não do “Memórias de Adriano” (1951), um dos livros da minha vida, ou do “Obra ao Negro” (1968), outro livro da minha vida, foi pelo facto do Alexis, traçar o percurso interior daquilo a que hoje chamamos coming out.
O livro escrito em 1929 não é mais que a carta de despedida, escrita na primeira pessoa, que o pianista Alexis escreve à sua mulher Monique antes de a abandonar.
Alexis é pianista, homossexual, casado e resolve partir abandonando a mulher, não porque não a ame, não porque o amor que lhe dedicou enquanto com ela viveu tivesse sido menos “puro”, mas porque desistiu de combater a sua homossexualidade.
A carta toma a forma de uma viagem interior aos sentimentos e pensamentos de alguém que um dia descobre que a atracção sexual que sente não é permitida socialmente, não conseguindo porém deixar de a concretizar, já que a luta interna contra o que sentimos, não é mais que um vão combate.
Na longa carta, tal como em quase todas as personagens de Yourcenar, Alexis interroga-se -se a partir das memórias do passado, na tentativa de compreender melhor o mundo, o que mais não é que a tentativa de compreensão de si mesmo.
Em Alexis, a maior parte das interrogações nascem das memórias guardadas acerca da descoberta e da consumação do desejo homossexual. Ao lermos as interrogações de Alexis, um pianista saído da memória de Yourcenar em 1929, quando esta tinha então 25 anos, podemos aceder aos pensamentos e às interrogações, que ainda hoje assolam qualquer homem ou mulher que descobre a sua homossexualidade ou que a vive em duplicidade.
“ … Uma vez que alguma coisa de tão grave se passou comigo, pareceu-me, ingenuamente, que eu deveria ter mudado. O espelho, porém, não me enviou senão o reflexo do meu rosto de sempre, um rosto inquieto, angustiado e pensativo. Passei a mão pelas faces menos para apagar o vestígio de um contacto do que para assegurar-me de que a imagem reflectida era a minha. O que torna a volúpia tão terrível é talvez o facto de que ela nos ensina que temos um corpo. Antes, ele não nos servia senão para viver; a partir de um determinado momento, sentimos que esse corpo tem a sua existência particular, os seus sonhos, a sua vontade, e que, até à nossa morte, teremos de levar em conta a sua presença, ceder, transigir, ou lutar. …”
Yourcenar, Marguerite.(1929). Alexis ou o tratado do vão combate.
Vendo bem, o livro vai a caminho dos seus quase 100 anos sendo já um respeitável octogenário, mas a sua actualidade seria tocante, não fosse a literatura da Yourcenar só por si universal e intemporal. Depois há ainda a prosa da Yourcenar, as palavras da Yourcenar, que nos catapultam directamente para as portas do Olimpo.
" ... Embora este tema outrora considerado ilícito tenga sido, nos nossos dias, largamente tratado, e até explorado, pela literatura, adquirindo assim uma espécie de semidireito de cidadania, parece de facto que o problema íntimo de Alexis não é actualmente menos angustiante ou menos secreto do que em tempos, e que a relativa facilidade, tão diferente da verdadeira liberdade, que reina nesta matéria em certos meios muito restritos, apenas conseguiu criar no público em geral um mal-entendido ou uma reserva suplementar. Basta olhar atentamente á nossa volta para nos darmos conta que o drama de Alexis e de Monique não deixou de ser vivido e continuará sem dúvida a sê-lo enquanto o mundo das realidades sensuais se mantiver impedido por pribições, as mais perigosas das quais serão talvez as da linguagem, eriçado de obstáculos que a maior parte das pessoas evita ou contorna sem grande embaraço, mas nos quais tropeçam quase inevitavelmente os espíritos escrupulosos e os corações puros. Os costumes, digam o que disserem, mudaram demasiado pouco para que o dado central deste romance tenha envelhecido muito. ..."
Escreveu Yourcenar no prefácio que acrescentou ao livro em 1963.
A ler e a reler.
Li o livro há muitos anos, não sei que edição portuguesa há por aí no momento. A minha edição tuga é Difel com tradução de Gaetan Martins de Oliveira.
Como Alexis, segundo livro de Yourcenar e primeiro romance, foi a única obra que yourcenar não reescreveu cada vez que o foi republicado, mantendo inalterável durante toda a sua vida a versão original, aventurei-me à leitura da edição da Gallimard. Para quem ainda consegue ler em francês, recomendo a sua leitura em duplicado, para perceber, como há escritores capazes de transformar as palavras em transcendente.
As últimas edições no original que tenho visto do livro, compilam “Alexis” e “Golpe de Misericórdia” e é da Gallimard.
Para não ficarem com a ideia que a minha edução/formação em bixice (bichice) apenas consistiu nos visionamentos dos vídeos dos Pet Shop Boys e nos desfiles da Dolce&Gabbana, que foram aliás fundamentais, entre muitos outras coisas, para a bixa (bicha) que sou hoje, lembrei-me de um livro maravilhoso da Yourcenar.
A maior parte dos livros da Marguerite Youcenar, lésbica por sinal, fizeram e fazem parte das traves mestras da minha literatura de bixa. Se me lembrei do “Alexis ou O Tratado do Vão Combate “ (1929) e não do “Memórias de Adriano” (1951), um dos livros da minha vida, ou do “Obra ao Negro” (1968), outro livro da minha vida, foi pelo facto do Alexis, traçar o percurso interior daquilo a que hoje chamamos coming out.
O livro escrito em 1929 não é mais que a carta de despedida, escrita na primeira pessoa, que o pianista Alexis escreve à sua mulher Monique antes de a abandonar.
Alexis é pianista, homossexual, casado e resolve partir abandonando a mulher, não porque não a ame, não porque o amor que lhe dedicou enquanto com ela viveu tivesse sido menos “puro”, mas porque desistiu de combater a sua homossexualidade.
A carta toma a forma de uma viagem interior aos sentimentos e pensamentos de alguém que um dia descobre que a atracção sexual que sente não é permitida socialmente, não conseguindo porém deixar de a concretizar, já que a luta interna contra o que sentimos, não é mais que um vão combate.
Na longa carta, tal como em quase todas as personagens de Yourcenar, Alexis interroga-se -se a partir das memórias do passado, na tentativa de compreender melhor o mundo, o que mais não é que a tentativa de compreensão de si mesmo.
Em Alexis, a maior parte das interrogações nascem das memórias guardadas acerca da descoberta e da consumação do desejo homossexual. Ao lermos as interrogações de Alexis, um pianista saído da memória de Yourcenar em 1929, quando esta tinha então 25 anos, podemos aceder aos pensamentos e às interrogações, que ainda hoje assolam qualquer homem ou mulher que descobre a sua homossexualidade ou que a vive em duplicidade.
“ … Uma vez que alguma coisa de tão grave se passou comigo, pareceu-me, ingenuamente, que eu deveria ter mudado. O espelho, porém, não me enviou senão o reflexo do meu rosto de sempre, um rosto inquieto, angustiado e pensativo. Passei a mão pelas faces menos para apagar o vestígio de um contacto do que para assegurar-me de que a imagem reflectida era a minha. O que torna a volúpia tão terrível é talvez o facto de que ela nos ensina que temos um corpo. Antes, ele não nos servia senão para viver; a partir de um determinado momento, sentimos que esse corpo tem a sua existência particular, os seus sonhos, a sua vontade, e que, até à nossa morte, teremos de levar em conta a sua presença, ceder, transigir, ou lutar. …”
Yourcenar, Marguerite.(1929). Alexis ou o tratado do vão combate.
Vendo bem, o livro vai a caminho dos seus quase 100 anos sendo já um respeitável octogenário, mas a sua actualidade seria tocante, não fosse a literatura da Yourcenar só por si universal e intemporal. Depois há ainda a prosa da Yourcenar, as palavras da Yourcenar, que nos catapultam directamente para as portas do Olimpo.
" ... Embora este tema outrora considerado ilícito tenga sido, nos nossos dias, largamente tratado, e até explorado, pela literatura, adquirindo assim uma espécie de semidireito de cidadania, parece de facto que o problema íntimo de Alexis não é actualmente menos angustiante ou menos secreto do que em tempos, e que a relativa facilidade, tão diferente da verdadeira liberdade, que reina nesta matéria em certos meios muito restritos, apenas conseguiu criar no público em geral um mal-entendido ou uma reserva suplementar. Basta olhar atentamente á nossa volta para nos darmos conta que o drama de Alexis e de Monique não deixou de ser vivido e continuará sem dúvida a sê-lo enquanto o mundo das realidades sensuais se mantiver impedido por pribições, as mais perigosas das quais serão talvez as da linguagem, eriçado de obstáculos que a maior parte das pessoas evita ou contorna sem grande embaraço, mas nos quais tropeçam quase inevitavelmente os espíritos escrupulosos e os corações puros. Os costumes, digam o que disserem, mudaram demasiado pouco para que o dado central deste romance tenha envelhecido muito. ..."
Escreveu Yourcenar no prefácio que acrescentou ao livro em 1963.
A ler e a reler.
Li o livro há muitos anos, não sei que edição portuguesa há por aí no momento. A minha edição tuga é Difel com tradução de Gaetan Martins de Oliveira.
Como Alexis, segundo livro de Yourcenar e primeiro romance, foi a única obra que yourcenar não reescreveu cada vez que o foi republicado, mantendo inalterável durante toda a sua vida a versão original, aventurei-me à leitura da edição da Gallimard. Para quem ainda consegue ler em francês, recomendo a sua leitura em duplicado, para perceber, como há escritores capazes de transformar as palavras em transcendente.
As últimas edições no original que tenho visto do livro, compilam “Alexis” e “Golpe de Misericórdia” e é da Gallimard.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
As músicas dos Pet Shop Boys que mais contribuiram para a minha formação (de vida) em bixice #3
E porque não há duas sem três
As músicas dos Pet Shop Boys que mais contribuiram para a minha formação (de vida) em bixice #1
Aqui há uns tempos desafiei um amigo para seleccionarmos em conjunto as música dos Pet Shop Boys, que mais tivessem contibuido para o nosso grau pessoal de formação em bixice. Como ele para além de bixa, é preguiçoso, ainda hoje estou à espera da primeira proposta dele.
Como já me cansei de esperar lanço eu a primeira.
Como já me cansei de esperar lanço eu a primeira.
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