Mostrar mensagens com a etiqueta Mykonos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mykonos. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Mykonos #7





Este meu discorrer aleatório acerca das preciosas férias que já lá vão e das quais apenas só já guardo as lembranças (mesmo que o raio do trolley.ainda não tenha sido desfeito), ficaria incompleto, se aqui não falasse do mais popular gay landmark da ilha. Não, não é do cruising à volta da igreja Paraportiani que falo, isso toda a gente já ouviu falar, mas sim do terraço do Hotel Elysium ao por do sol.

O ambiente é perfeito para fazer postais turísticos, que de tão romântico até dói. Claro que a indumentária dos participantes em estado acelerado de piroseira, também ajuda e muito. É tudo tão mau, que se torna bom, sobretudo a partir do terceiro cosmopolitan.





E, para que não fiquemos tristes ou melancólicos, assim que o astro rei mergulha no mar, também temos direito a performance (não é da Marina Abramovic, mas também acho que das pessoas que por lá vi, nenhuma quereria sentar-se à frente dela).























E para terminar e em exclusivo para os meus queridos leitores, fotos do backstage.





























terça-feira, 14 de setembro de 2010

Window Shopping - Mykonos













Nikoleta, que na verdade é o nome de sua mãe, sempre viveu em Mykonos e sempre fez o mesmo toda a vida: tecer no tear, tal qual como aprendeu com a sua mãe.

Tece cachecóis, numa mistura de algodão, linho e lã e as suas peças em contacto com a pele são o tecido mais suave em que já toquei.

Nikoleta é citada desde o guia da LV à Vogue Americana, mas encolhe os ombros como se nada disso tivesse qualquer interesse (e acho que para ela não tem mesmo), da mesma forma que até aposto que nada lhe interessaria saber, que os cachecóis estrela Hermès do Inverno passado, ficam muitos furos abaixo dos seus dos quais são nitída inspiração.

Nikoleta veste integralmente de preto, roupas que a sua mãe poderia ter vestido, que conjuga com um grosso cinto de cabedal usado, tem um olhar da cor e da profundidade do mar, um sorriso lindo quando lhe chamo Penélope, rugas esplendorosas e não tem VISA e nem quer ouvir falar nisso.

Como não temos dinheiro em cash para lhe pagar e a cidade é um labirinto, Nikoleta, deixa a porta da loja aberta e acompanha-nos até à caixa multibanco mais próxima. Depois volta à loja e continua a tecer até entrar o próximo cliente.

Mykonos #5





Sendo sincero, os dados de partida acerca de Mykonos, se não fosse a sua conhecida bixice (que nem é assim lá muita), serviriam mais para me afastar e bazar, que por lá me quedar em preciosos dias de férias. O engraçado é que gostei e até saí com a ideia, que em Mykonos, nem tudo está irremediavelmente perdido.



7.000 Habitantes permanentes, hordas e hordas de turistas entre Junho e Setembro, preços elevadíssimos, cartão postal bonitinho e repintado para turista. Sim! Mykonos é isso tudo e muitas outras coisas ainda piores, mas espero lá voltar.



Se o primeiro contacto que estabeleço com os locais costuma contaminar-me todas as percepções posteriores, em Mykonos foi fundamental. No final do verão, a ilha é um monte de pedras e terra seca rodeado do azul infinito do mediterrâneo. Depois há, literalmente, o labirinto branco da cidade (Chora) e o céu e as pedras e o mar e depois outra vez o céu, as pedras e o mar. Tudo o resto pode ser acessório desde que se vá na mood certa e aqui podem começar os grandes equívocos: Mykonos não é para fazer turismo gay (pelo menos para os meus gostos estéticos), não é para fazer clubbing, não é para fazer turismo cultural, é apenas para alugar uma scooter e ter o prazer de guiar (sem capacete) até uma praia com águas cristalinas e por lá ficar a deixar escorrer o tempo e a areia por entre os dedos dos pés.



As coisas muito más:

- Os preços elevadíssimos de tudo, que em alguns casos roçam o roubo. Por exemplo pagar 3€ por um café e 5€ por uma garrafa de água numa tasca é puro assalto a turista. Uma refeição num restaurante de gama média ronda os 30€ e na gama média alta começa nos 50€.

- Os restaurantes de fast food transvestidos em coisa típica.

- As lojas de souvenirs.

- Os locais gay de Mikonos, que são proporcionalmente pirosos à sua popularidade.

- Os turistas e em especial os gay, que são tendencialmente feios, (muito) mal vestidos (apesar da roupa de marca), cheira-me que muitos deles armariados quando não em Mikonos, pouco cosmopolitas e na sua maioria antipáticos.

- A má qualidade de serviço (atendimento) na maior parte dos locais.


As coisas boas

- A alma de Mykonos que ainda não se desvaneceu completamente e que ainda por lá se consegue encontrar, dependendo da correcta combinação entre as variáveis: luz, mar, céu, terra pedra e cal.

- A grande maioria dos gajos gregos, supostamente hetero, que por lá passam férias e alguns dos gajos gregos, supostamente hetero, que por lá trabalham durante o verão.

- A Praia Elia.








Prepare-se no entanto para ter que reservar por 12€ e de véspera, um chapéu de sol e duas espreguiçadeiras na zona gay mais afastada da praia (onde não se ouve música), na primeira linha do mar e onde apenas se é incomodado por quem vai fazer cruising para as rochas. Mas não se preocupe que os cruisers não deverão incomodar-lhe o descanso interferindo com os seus sentidos. A praia dos VIPs ou com aspirações a sê-lo é a Psarou, mas tem excesso de lotação, não obstante os 30€ cobrados pelo set de chapéu-de-sol e duas espreguiçadeiras. Totalmente desagradável e a evitar, a não ser que queira ficar com o nariz em cima dos sovacos do Jean Paul Gaultier.


- O preço baixissimo que custa alugar uma scooter.



- A baixíssima densidade de construção urbana.

- Algumas peças de ourivesaria em ouro, prata e cabedal ou borracha e até joias de cabedal e algodão que se vendem nas ruas.

- Os pratos de polvo ou lulas gigantes grelhadas.

- As centenas de pequenas igrejas ortodoxas, abertas na sua maioria até muito depois da meia-noite.

- A ilha de Delos mesmo em frente.

- Perder-se inevitavelmente no labirinto branco que é a cidade.



- A limpeza imaculada de todas as ruas da cidade, de todas as construções humanas, de todos os caminhos e recantos da ilha.

Ah, e se for, não vá sózinho, leve o namorado, para namorar claro! Também pode levar bons livros.