sexta-feira, 24 de outubro de 2008

# 2 Tendências - Carneiros, ovelhas, cordeiros, mémés e algumas cabras.

E algures em uma das centenas de revistas de moda, em que devem calcular que atolo as minhas leituras, li algo como isto: O homem da crise enrola-se em quilómetros de caxemira, e toneladas de peles de carneiro e crocodilo.

Pois é verdade, poucos foram os criadores, que não incluíram peles de animais nas propostas para esta estação. É bem verdade que a pele que mais apareceu, foi a de carneiro. Aqui por Portugal vulgarmente chamamos-lhe “carneira” e é aquele material que em um dos lados se assemelha a uma camurça aveludada tendo no outro liado ainda agarrado o pelo fofinho do cordeiro.

É um material fabuloso, ora vejam: Se pensarmos bem, não é mais imoral que o cabedal normal oriundo da vaca, é suficientemente abixanado para responder às fantasias de quem sonha com fourroures e é simultaneamente maxo (sim, eu sei que se escreve macho, mas gosto muito mais de escrever maxo!), para quem tem no imaginário homens rudes da montanha e pastores à cowboy brookeback mountain.

A única desvantagem, não pode ser usado nem por fashion victims, de estatura pequena, nem por fashion victims excessivamente musculados, sob o risco de ficarem a parecer um grandessíssimo saco de chouriços.

Mas calma, caso se enquadre neste grupo, não entre já em depressão, deixe esta para o momento em que tiver que olhar para o preço marcado na etiqueta do blusão pelo qual se apaixonou, é que este material, antes quase reservado a peças de carácter rural, foi adoptado pelos criadores desde Paris a Milão, ganhando estatuto de material de eleição.

Para variar, foram as divorciadas que maior número de peças apresentaram, mais na linha Dolce & Gabbana é certo, mas as melhores, tal como vem sendo hábito apareceram na cada vez melhor D&G.









Fotos D&G via www.dolcegabbana.it

E na linha Dolce & Gabbana, é onde é usada com mais aspirações a fourroure. Os cabelos dos mémés são aplicados quer no interior, quer em profusão no exterior, sendo igulamente mixados com outros materiais.



















Fotos Márcio Madeira via Men Style


Quanto a mim, as peças mais bonitas foram as da Givenchy.









Fotos Givenchy via Men Style


Mas a Dsquared também as apresentou, quer como material integral, quer conjugado com denim.







Fotos via luisaviaroma


Bom, e como o mote está dado, para quem gostar de se enrolar em muitas peles, aqui fica um vídeo enviado por um amigo (obrigado Cristal), que poderá ter alguns efeitos preventivos no desfalque do cartão de crédito.



Boas compras!

10 comentários:

Anónimo disse...

há casacos de sonho, mas caramba, depois do vídeo com que acabas, quem tem vontade de vestir peles? Era desnecessário.

Luis Royal disse...

acreditamos que conhece, mas de qualquer forma aqui fica: http://www.erwinolaf.com/
vá a "fashion victims".
enjoy!

poor guy fashion victim disse...

Sim, já conhecia o trabalho dele. Não sendo, nem de perto nem de longe um fotógrafo que me deixe em extase, acho interessantes alguns dos trabalhos e até me diverti bastante a ver o que fez com a selecção de futebol holandesa.

Obrigado

Zunkruft disse...

Esses casacos castanhos com alguns detalhes brancos são quase iguais (se não mesmo iguais) a um que o Bono (U2) usou massivamente em 1990-92 e em 1999-2001.

poor guy fashion victim disse...

Da série que recomendou tinha a Gucci muito presente. Muito obrigado pelo reminder. A moschino e boss ter-me-iam passado mais tempo desconhecidas

Estava aqui a tentar lembrar-me onde poderia encontrar a série com a equipa holandesa, e que decerto também já conhece, mas não me ocorre de todo.

poor guy fashion victim disse...

Ao Zunkruft:

Eu avisei no post anterior, que cada vez mais a tendências são reinterpretações.E então se pegarmos nas bandas, percorremos todas, desde os Beatles (muitos para esta estação) até aos Nirvana (Marc Jacobs Verão 2009 e até vagamente Christopher Bailey )

Anónimo disse...

PGFV!
Achei hilariante o vídeo......
A colecção DG um pavor, mas a Dsquared sublime!

LS

Zunkruft disse...

Pois... Iluda-se quem julga que vive numa era de inovação e de revolução. Vivemos numa era de evolução: de repescagem e de reciclagem de ideias e de ideologias velhas, que julgavamos obsoletas. A "moda" é, provavelmente o melhor exemplo disso. A música não é... mas a indústria discográfica é. A música como arte, não... Mas a indústria discográfica a moda como as conhecemos são filhas legítimas do sistema capitalista Pós-pós-Moderno, que é o sistema da evolução (não da revolução).

Anónimo disse...

E então quando chegam mais tendências, daqui a pouco já estamos nos saldos.

Um post por semana é pouco, já estou farto de vir aqui todos os dias e nada.

Thiago Lasco disse...

Eu já não gostei de nada nessas fotos da Givenchy, a começar pelo modelo tristonho e pela calça afunilada. Gostei da primeira série da D&G, mas fico imaginando quantos meses eu teria que trabalhar direto, sem comer nada, para comprar esses casacões lindos. Definitivamente, brasileiro não pode ver esses sites!