terça-feira, 21 de outubro de 2008

E chupem (sorvam) lá as tendências! # 1 Tartan

Apesar de fazer este tempo de ananases em Lisboa e penso que no resto de país, como este ano já usei cachecol, já senti temperaturas abaixo dos 15cº e já vi pessoas em outras paragens vestidas para o Outono, já consigo começar a falar do lugar comum que são as tendências para este Outono Inverno.

Para começar, deixem-me desde já dizer que apesar de podermos encontrar tendências no trabalho dos criadores, estas ao invés de serem uma criação sua e dos seus gabinetes de designers, são cada vez mais uma apropriação do que se vê na rua.

Cada vez mais o que vemos em runway é uma interpretação do que as pessoas usam na rua e, como no momento o sistema de moda é algo de democratizado, diversificado e também massificado, cada vez mais vemos em runway, criadores a citarem as criações de outros criadores, não da forma como estas foram apresentadas nas semanas da moda, mas na forma como as peças de roupa foram consumidas pelos clientes.

Devem estar a pensar que a massificação é o oposto de diversificação. Nada disto, se a massificação proporcionada pelo acesso ao consumo permitiu alguma coisa foi precisamente a diversificação. Se as pessoas têm várias opções, podem diversificar as suas escolhas, optando pelo que para si mais significado pessoal possa ter.

Bem deixando o paleio de lado, vamos lá aquela coisa deliciosamente fútil e simultaneamente prática, que é encontrar dois ou três chavões, que nos possam guiar no planeamento das compras da estação ou, dos saldos e promoções!

E, o assunto do dia hoje é o Tartan.



Imagem via: blog.skpnet.org


Tartan é aquele padrão usado tradicionalmente nos kilts dos escoceses.

Como o estilo british, independentemente de que época british estejamos a falar (o rock dos anos 60, o punk do final dos 70 e início dos 80, os skins dos 80 e até o british muito country muito royal family), é uma das tendências mais fortes desta estação, uma peça neste padrão, vai ser fundamental para este Inverno, mesmo que no início de Janeiro, ou mesmo até antes do final de Dezembro já não a puder ver, ao ponto de em desespero de causa, a atirar compulsivamente janela fora.



A D&G foi talvez quem maior profusão de peças apresentou, mas o padrão escocês apareceu em pequenos apontamentos um pouco por todo o lado, desde os apontamentos punk da Dsquared ao classicismo reiventado da Hermès.

Caso queira ser absolutamente fashion victim, compre um casaco ou umas calças, mas se for apenas poor fashion victim, opte antes por uma camisa de lenhador vagamente à Tom of Finland, do Kris Van Assche ou então uma simples gravata da Hermès, que para além do seu habitual uso, igualmente pode ter uma carga fetichista interessante. Tá a ver a ideia não tá?

Vamos lá então a algumas escolhas

Na D&G o tartan cobre quase metade da colecção











Fotos via D&G


Na Dsquared surge nas camisas e em pequenos apontamentos com um toque punk.















Fotos márcio Madeira via Men Style


Na Givenchy não sendo bem tartan mas apenas simples quadrados a preto e branco, não deixam por isso de ser das peças mais bonitas.





Fotos Givenchy via Men Style


Na Hermès Véronique Nichanian usa-o sublimemente nas gravatas.

Estas gravatas muito especiais, são ligeiramente mais estreitas que uma gravata normal e têm uma pequena franja na ponta. Mais uma peça de culto acaba de nascer.







Fotos Armando Grillo, via Men style


Com as camisas hiper masculinas do Kris Van Assche o ar de guy next door está assegurado até ao underwear.















Fotos Márcio Madeira via Men Style


E como não podia deixar de ser, para terminar, aqui ficam sugestões da Burberry, e da Fred Perry a instituições british por excelência.



Cachecol Burberry em caxemira já com o toque Christopher Bailey e gravata em seda, normalzona e bem quadradona, para dar aquele delicioso ar de bronco canastrão.


Camisa, calças e laço Fred Perry.





Fotos via Fred Perry.


E por hoje chega! Nos próximos post, outras tendências.

1 comentário:

Anónimo disse...

olá, parabéns pela forma irreverente e cáustica como escreves e apresentas as coisas. Não se percebe se é a sério se é pura brincadeira e ironia, mas a forma com que abordas os assuntos nota-se que falas com conhecimento de causa. Continua assim.
Fico a esperar as outras tendências, para depois me poder orientar nos saldos.