sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

São Pedro de Alcântara


Depois de já nem sei quanto tempo, reabriu um dos locais mais bonitos de Lisboa.
Acho que foi uma das melhores recuperações de espaço público, que aconteceram nos últimos tempos na cidade.
A decisão de suprimir os canteiros de relva foi acertadíssima. O espaço ganhou uma muito maior dimensão e amplitude, permitindo-nos circular sob as árvores, com os olhos perdidos na luz de Lisboa, e todos os elementos arquitectónicos envolventes saíram muito mais valorizados. A praça jardim miradouro, ganhou toda uma outra dimensão e envolvência.

Finalmente começamos a perceber, que os tabuleiros de relva verde plástica, são enjoativos e monótonos, porque mesmo bem mantidos são sempre iguais, seja que estação do ano for. São ainda de altíssimo custo de manutenção e ainda muito pouco ecológicos, porque são um verdadeiro sorvedouro de consumo de água.

O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, já tinha percebido e pregado isto à muito tempo, e por isso na recuperação dos jardins da Gulbenkian, substituiu o relvado clássico, por outro tipo de espécies, que acompanham as estações do ano, sendo muito mais adaptadas ao nosso clima, não necessitando constantemente da máquina de corte e de litros e litros de água.

Idêntico conceito utilizou no Jardim do Alto do Parque, com excelentes resultados. A verdade é que a maior parte dos outros jardins de Lisboa parecem estar sempre um desmazelo e o do Alto do Parque, conserva o seu ar selvagem sem parecer ter falta de cuidados.

Para além das razões económicas, eu gosto de ver a variação de cor ao longo do ano, ao invés do sempre idêntico tapete verde químico.

Aliás por todas as cidades civilizadas da Europa, a maioria com climas muito mais molhados que o nosso, nos jardins, há cada vez mais prados em vez de campos de futebol.

A conjugação da calçada com áreas sem nada em São Pedro de Alcântara, produz um efeito visual magnífico, para além de cumprir a sua função, e que é permitir a livre deambulação das pessoas pelo espaço. Até as árvores se vêm melhor!!!! E quem achar que isto é pindérico, lembre-se das imensas áreas de gravilha, presentes em quase todos os jardins parisienses!!!

Felizmente temos de volta, um dos locais com a luz mais mágica de Lisboa.


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