sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tomada de decisão difícil

Kahneman e Tversky têm dos trabalhos mais interessantes na área do processo de tomada de decisão, tanto que Daniel Kahnema psicólogo, ganhou o Nobel da Economia em 2002 , pelos trabalhos que desenvolveu. Sim não me enganei, é assim mesmo, Kahneman é psicólogo e ganhou o Nobel da Economia. Tversky que sempre trabalhou com ele no desenvolvimento da “Prospect Theory” morreu em 1996.

Sem entrar por aqui em muitas dissertações teóricas e de forma bastante simplista pode-se dizer que Kahneman e Tversky chegaram à conclusão que cada vez que tomamos uma decisão, baseámo-nos não no esquema racional, lógico e dedutivo da análise sistemática e exaustiva de toda a informação relativa às várias hipóteses, mas tomamos a decisão, ou seja optamos por A ou por B em função das nossas heuristícas de pensamento (na qual a intuição tem um papel central), nos efeitos de enquadramento (framing effects) ou seja na informação que temos mais acessível ou disponível no momento em que tomamos a decisão e na análise que fazemos da diminuição das hipóteses de perda. Ou seja ao tomarmos uma decisão, não procuramos ganhar o mais possível, mas assegurar perder o menos possível.

Andava para aqui enrolado há vários dias, direi quase meses, a pensar em quem iria votar nas próxima legislativas, sobretudo sou sincero, desde que se tornou público que o Miguel Vale de Almeida seria candidato pelo PS. Gostando tanto dos trabalhos do Kahneman, não se me alembrava de pensar a minha decisão com a ajudinha da “Prospect Theory”.


Quanto à hipótese Manela /Sócates a questão nem se colocou, porque a minha tomada de decisão nunca foi entre PS e PSD, mas entre PS e um partido de oposição à esquerda, que oposição conseguisse fazer ao PS, quando o PS se esquecesse o que é um verdadeiro partido de esquerda.

Bom, para não me alongar, vou votar PS nas próximas eleições.

Ah porque tomei esta decisão? Primeiro por perceber que a escolha da minha decisão não seria Sócrates, mas PS. Lá tive que minimizar o impacto das minhas heuristícas e ignorar muita informação de contexto.

Por fim, perceber que em todas as situações em que tomamos uma decisão, não optamos pela escolha que nos traz maiores benefícios, mas pela que mais reduz as hipóteses de perda.

1 comentário:

Anónimo disse...

Faço minhas as suas palavras.
Há já algumas semanas que tomei posição semelhante, pelas mesmas razões; tanto nas legislativas (que medo!), como nas autárquicas (que medo ainda maior!!).
Abraço e continue o bom trabalho com o blog.
Fernando