quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Conto de Natal

O A e o D já andavam há algum tempo a pensar em adoptar um pet.

Primeiro pensaram num cão, não um cão com pedigree lop e e essas paneleirices todas de hetero, mas apenas um cachorro com um olhar doce de morrer, que iriam recolher a um canil de cachorros rafeiros abandonados.

Mas como o A e o D não são primos da Paris Hilton, tiveram que fazer contas à vida e chegaram à conclusão, que o budget necessário para as viagens do futuro pet entre Lisboa e Milano, seria de tal forma elevado, que quando chegasse a altura de lhe comprarem o enxoval na Gucci, o orçamento mal daria sequer para comprar a Lupita da Miriam Mirri na Alessi.


Depois colocaram a hipótese de um gato, já que um gato, como animal menos dependente, poderia passar curtos fins de semana sozinho, sem necessidade de acompanhar os pais em todas as suas deslocações.

No Inverno ficaria em Lisboa, onde as temperaturas são mais amenas e, na Primavera e no Outono, mudar-se-ia para Milano. No Verão, ficaria entregue aos cuidados da avó, por uma curta semana, enquanto o A e o D estivessem em Ibiza. A avó gosta de gatos e até lhe poderia ensinar a aperfeiçoar os miaus em italiano.

Com a substancial redução das viagens anuais, talvez o orçamento já comportasse o Tigrito da Alessi, um saco de transporte da Gucci e talvez até uma pequena manta de viagem da Hèrmes. Mas foram obrigados igualmente a desistir da ideia. Começaram a pensar nas idas ao Rápido e à La Demence e imediatamente visionaram o que aconteceria na sua ausência. A Barcelona do Mies esfarrapada em tiras, o Ottoman a fazer de sanita, pelos de gato a pairarem sobre as camisas pretas Dolce & Gabbana e o cheiro de chichi de gato nas toalhas de banho Missoni. Isto para já não falar nos Alvar Aalto e nos Kivy do Heikki Orvola em cacos, quando regressassem da Pride de Madrid. Pronto!... Bastou esta imagem e lá se foi a hipótese de um gato a ronronar-lhes no colo, enquanto eles abraçados no sofá vissem TV .

Mas com a aproximação da quadra natalícia, mais a ideia do pet continuava a pairar sobre os seus corações.

Então o D lembrou-se de pedir ajuda ao Jonathan Adler, afinal ele sempre tem a Liberace, voa constantemente, não entre Lisboa e Milão, mas entre NY e LA e a Liberace até parece uma cachorra feliz e sem traumas. E pronto, O D seguiu os conselhos do Adler e agora o A e o D estão muito felizes com a sua querida Little Oprah.
(continua)



Para terminar, não quero deixar de referir a profunda admiração que tenho, por todas as pessoas que conseguem efectivamente ter um pet.

4 comentários:

Zunkruft disse...

É, de facto, nos dias que correm, e, principalmente, para quem tem um estilo de vida urbano e/ou cosmopolita, ter um animal de estimação.

Eu tenho um gatão lindo siamês+persa que vai fazer 13 anos e não tenho vergonha de parecer insano por considerá-lo um ente querido, um grande amigo.

Vergonha tenho das pessoas (e, infelizmente, não são poucas) que não têm maturidade/responsabilidade suficiente para ter a percepção de que o seu estilo de vida não lhes permite acolher e cuidar de um animal de estimação, bem como de perceber que o seu animal de estimação não é um objecto descartável e que é um ser com emoções, necessidades, sentimentos como nós.

Só tenho pena de que a legislação em vigor que protege os animais (porque ela existe!) não seja posta em prática.

Desculpa este mega-testamento e este tom de desabafo mas incomoda-me - revolta-me, na verdade - certas coisas que vejo e que oiço às vezes relativamente aos animais de estimação.

***Hugo/Zunkruft***

Anónimo disse...

Por causa do xixi nas toalhas recomenda-se uma gata e não um gato. Pêlos nas camisolas recomenda-se gata de pêlo curto.

Problem solved.

Zunkruft disse...

As gatas também podem urinar "marcando território" como os gatos. É menos frequente, mas também o fazem...

poor guy fashion victim disse...

nós gostvamos muito, mas sabemos que não temos as minímas competências, e por isso temos, e estamos muito felizes por isso a nossa Little Oprah ;)))