quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uma Beach Party no Alaska. Perdão, na 19.

Por princípio não tenho nem por hábito, nem gosto especialmente de perder o meu tempo a escrever acerca de coisas negativas, quando há tantas coisas interessantes para ocupar os meus neurónios tais como a última colecção que Christopher Bailey assinou para a Burberry Prorsum, ou a recente exposição de Mark Rothko na Tate Modern com todas as míticas telas que a Seagram encomendou para decorar o restaurante Four Seasons, por uma quantia milionária à época e que Rothko, no final, se recusou a entregar.

Os post em que o alvo são criaturas homofóbicas e outras aberrações que tais não contam!

Bom, mas já que dei a oportunidade à organização da Sparkling Party de por aqui aparecer (entrevista a Pedro Bugarin aqui publicada) e porque estive na festa e porque a primeira festa organizada pela Libonattitude foi em meu entender um autêntico flop, aqui fica a minha critica, que pode ser encarada ou como construtiva ou apenas como negativa, mas claro que isso não depende de mim.

Há duas formas de lidarmos com a crítica negativa. Ou vemos a mesma como uma oportunidade de identificação de erros, para que a partir deles possamos desenvolver alguma aprendizagem, que nos ajude a que nos mesmos erros não tornemos a cair no futuro, ou o nosso “locus” de controlo é de tal forma externo, que qualquer critica, que não seja dizer ámen, é sempre encarada como um deitar abaixo.

Dito isto, porque é que achei a Sparkling Party, um autêntico e imenso flop:

1 - O local foi completamente errado

1.1 Desde o início sempre achei que a escolha do local era totalmente errada. Portugal é um país com um clima razoavelmente ameno, mas basta conhecer minimamente as praias da Costa da Caparica e saber que aquele mar é o Oceano Atlântico, para conseguir prever que mesmo num dia quente de verão, há 99,999% de hipóteses de fazer um frio do caraças a partir das 09:00 da noite.

1.2 Foi confrangedor, ver toda a gente super vestida a tentar dançar, e mesmo assim continuar a tiritar de frio. É verdade que pude ver alguns blusões Dolce & Gabbana giros (vestidos por alguns dos meus amigos), outros tantos track jackets engraçados (igualmente vestidos por alguns dos meus amigos) e até um giríssimo trench coat (igualmente vestido por um amigo meu. M, o trech fica-te super bem, igualmente adorei o cinto YSL, as calças e a encharpe. O conjunto era um look invernal perfeito). Foi bom, podermos ensaiar looks para a estação que se avizinha, mas convenhamos, não podermos despir o casaco, já nem falo na T. Shirt, não foi a melhor forma de ficarmos predisposto e de bom humor para a festa.

1.3 Fazer uma beach party em Lisboa, mesmo no pino do verão, só é possível numa estrutura fechada. Claro que depois pode haver o acesso à praia, um lounge na areia e por aí fora, mas pensar que a pista de dança pode ser a céu aberto, não é uma ideia peregrina, é uma ideia sem qualquer sentido.

2 - O preço foi totalmente disparatado.

2.1 Quarenta euros por uma festa em Lisboa não é muito é IMENSO, e a Lisbonattitude não é nem pouco mais ou menos o Matinée Group e a prova disto é que não conseguiram perceber que para pedir 40€, tem que dar-se em termos de serviço o correspondente ao cobrado e, esse correspondente não pode ser um bar aberto. Pensar isto, mostra apenas uma coisa, total desconhecimento do que é uma festa, e do que poderá tornar boa ou má uma festa: A música e o local.

2.2 Os 10€ extra para o transporte, foi outra ideia peregrina. Não usei este serviço, mas pelo que soube, não correu mal, correu pessimamente mal.

3 - Os go go boys, as go go girls e os restantes visuals.

3.1 Nem vou perder tempo acerca deste aspecto, mais valia terem economizado o dinheirinho que desembolsaram, é que meter dois gatos pingados em cima de um cubo a tiritar de frio, não é apenas dar más condições de trabalho aos gatos pingados, é dar um espectáculo confrangedor a todos os outros gatos pingados que pagaram para assistir.

3.2 Quanto aos vídeos, bem pensei que vídeos promocionais de revistas, fossem publicidade a essas revistas e não material de animação.

3.3 Os vasos iluminados versão barata, dos premiados vasos do Rob Slewer (Dutch Design Awards 2004), apesar de imitação descarada, até funcionavam, o pior foram as árvores de natal que lhe meteram dentro. Evidentemente que a semelhança entre os vasos que utilizaram e os verdadeiros, é exactamente a mesma entre uma LV que grita fake e uma LV, mas pronto, estamos a falar da Costa da Caparica.

4. Os DJs

4.1 Sugiro aos outros DJs que não eram o Vibe, que caso queiram tentar fazer carreira neste tipo de festas, devem pensar rapidamente em fazer um estágio profissional. Como a temporada em Ibiza já terminou e já não vão a tempo das festas do Matinée no Space, sugiro o Space de Madrid que até é mesmo aqui ao lado, seguido de um pulinho à La Demence em Bruxelas, por cuja entrada pagam bastante menos de metade do que se pagou na Sparkling Party e até é no Fuse, que só é um dos clubes do 100 Top da DJ Mag. Quanto a mim, o pior do pior num DJ, é meter música que toda a gente está achar a maior merda, e continuar a insistir, como se meter música fosse independente do sentir as pessoas na pista.

4.2 Quanto ao Vibe, para o próximo ano, só votarei nele se a DJ Mag, introduzir a possibilidade de eleger os DJs mais autistas. O Vibe era a cabeça de cartaz da festa e o mínimo que se pode esperar de um bom DJ, é que saiba adequar a música ao tipo de publico e já agora de local. O Vibe, nas pouco menos de duas horas e ainda por cima já na recta final da noite, deu-me a impressão de estar numa de “vamos lá a despachar isto o mais depressa possível que não estou com vontade nenhuma de vos aturar”. Continuo achar que ele é um bom DJ, mas pelo que tenho visto no Lux e agora na Sparkling Party, a nomeação para o Top da DJ Mag não lhe fez nada bem. A música do Vibe, não se pode comparar á dos outros DJ, mas foi totalmente desadequada para o local e para o tipo de festa, sem brilho, sem rasco, sem quase tudo.

findas as quatro razões porque detestei esta beach party no Alaska, valeu-nos não termos lá a Sarah Palini a fazer de go go girl , resta-me referir que odeio bailes de máscaras e caras escondidas atrás de máscaras. O giro nas festas gay é os clubbers poderem ir com o menos roupa possível e a pouca roupa que vestirem, ser aquela D2 linda pela qual nos apaixonamos à primeira vista. Com isto quero dizer que fiquei totalmente sem vontade de gastar um cêntimo ou um minuto que seja, no próximo evento anunciado no site da Lisbonattitude (baile de máscaras).

Last but not the least , não quero deixar de salientar a simpatia, da maior parte dos empregados dos bares. Se tudo o resto estava péssimo, o atendimento nos bares, foi bastante bom. Só consumi duas águas, um refrigerante de limão e uma cola zero. Em Ibiza teria gato 24€!

3 comentários:

Anónimo disse...

BRAVO!! METES-TE O DEDO EM TODAS AS FERIDAS DAQUELA MERDA DE FESTA!

Anónimo disse...

OLá PGFV!!!!

Ainda bem que gastei a mesma soma no novo livro da Taschen "The Penis Book"!!, pelo menos é uma recordação que ficará ao contrário dessa festa que pelos vistos foi o flop total!!!!

LS

LUCKY ME disse...

Subscrevo tudo o que escreveste, à excepção da crítica à selecção de músicas feita pelo Vibe. Mas como tudo, gostos são gostos, e ele acerta habitualmente nos meus.

Esperemos que a equipa da Lisbon Attitude tenha aprendido com este fiasco e que não desista, porque Lisboa e nós precisamos de eventos destes, melhores e mais frequentes. Afinal, temos uma cidade cheia de óptimos spots para festas. Não será difícil apontar alguns...