sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Velas



Já estava a faltar um post acerca de velas.

Como ainda não tive tempo de passar pelo Chiado, para reconfirmar que as Velas do Loreto valem pela capacidade, de nos conseguirem fazer sentir algures, entre as páginas da Relíquia e um episódio do Six Feet Under, tenho mais uma vez que ser tipicamente português e fazer um post acerca de uma Diptyque e que já falei aqui.

Esta parece que é uma edição especial. Num fundo de notas dominantes de canela e gengibre, surgem apontamentos de madeiras que não consigo identificar, laranja e um muito ligeiro toque de cera. Isso mesmo, o cheiro da cera, que já é difícil sentir, desde que surgiram as velas industriais, limpas, inodoras e esterilizadas.

Será que consigo encontrar nas Velas do Loreto, velas com cheiro a cera?

Uma das diferenças entre uma vela perfumada industrial, e uma vela artesanal de criação perfumista, é que enquanto na industrial, o cheiro, independentemente de ser bom ou não, é como se fosse uma música composta apenas com uma única nota, numa vela por exemplo da Diptyque, o cheiro é uma sinfonia de notas de odores que se vão libertando, como o som dos diferentes instrumentos numa sinfonia de Beethoven.

Todos sabemos que os nossos receptores olfactivos, saturam ao fim de pouco tempo de exposição a um determinado cheiro e por isso deixamos de sentir aquele cheiro. Se um perfume, ou neste caso uma vela perfumada por bem feita, os diferentes odores que a compõem, vão-se libertando de forma não homogénea, para que enquanto a vela vai ardendo, possamos ir tendo diferentes experiências olfactivas.

Em Lisboa pode encontrar algumas na Arte Assinada.

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