quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fall Winter 2010/11 – Trench Coat

Há peças de vestuário, sem que disso tenhamos noção, que se mantêm-se em uso, indiferentes a modas e quase inalteráveis na forma, há mais de um século. O trench coat é uma delas.

A peça deve o seu nome às suas origens militares (trench/trincheira), foi utilizada nas duas grandes guerras e ainda hoje a sua invenção é disputada pelas históricas casas inglesas Burberry e Aquascutum. Para mim pouco importa a quem cabe a invenção, desde que seja assertoado, tenha 10 botões frontais, presilhas nos ombros e nas mangas, dois bolsos à frente, grampos metálicos no colarinho e tenha um bom cinto que tanto possa usar-se apertado como amarrado atrás.


(Modelo Modern Fit da Burberry)

Para quem estiver a pensar em comprar um, sugiro ainda que tenha em consideração mais alguns pormenores que farão toda a diferença:

- O material deve ser suficientemente leve de forma a poder ser dobrado com facilidade e transportado quando despido. Um trench coat é uma peça para a chuva, não para temperaturas baixas. Para frios cortantes existem outras peças muito mais adequadas e confortáveis.

- O tecido deve ser 100% algodão e além de impermeável deve ser transpirável, caso contrário, arrisca-se a ficar encharcado, não em água, mas em suor. No momento a maior parte das técnicas de impermeabilização tem este facto em consideração, mas ainda existem marcas que não as usam, em detrimento de técnicas de impermeabilização mais baratas e por isso menos boas. A única forma de o saber é procurar na descrição técnica do produto, ou então questionar o vendedor ou a marca.

- As mangas reglan, além de mais confortáveis constroem uma silhueta menos rígida, para além de serem infinitamente mais adequadas a uma peça que se vai vestir por cima de outras.

- O cinto deve encontrar-se exactamente à altura da cintura.

- A altura não deverá ultrapassar os joelhos.

- Finalmente, em largura tanto deverá poder usa-lo por cima de um blazer como por cima de uma T. Shirt, o que quer dizer que nunca deverá comprar um saco de batatas, em que para além de si, também cabe lá dentro aquele casal de gajos bonzundos e grossos com quem troca olhares no balneário do gym.

5 comentários:

Luis Royal disse...

caro poor guy,
o que pretende é desgraçar-nos?
obrigado.

poor guy fashion victim disse...

Não me diga isso que eu já ando com problemas de consciência suficientes, cada vez que faço um novo post.Até já me deu vontade de suspender todo e qualquer post sobre moda ou sobre produtos que ultrapassem os 5€ e tornar isto aqui o blog dos trezentos, ou melhor dos 5€, isto ainda sem o IVA a 23% claro está. Sabe o que me tem demovido? Pensar que foi a porra da economia baseada nos produtos produzidos com pouco mais que mão-de-obra escrava (e que obviamente permitem vender a trezentos) que nos lixou e que pelo contrário em cada "bom produto, como este e como muitos outros, existe um saber-fazer industrial que encerra todo um século de desenvolvimento.

Está bem pronto, para me redimir, eu irei ao Outlet da aberração arquitectónica (e quem sabe muitas outras) averiguar se por lá alguns com desconto significativo.

Luis Royal disse...

como o senhor nos compreende.

Anónimo disse...

conversa de cabeleireiras a tratarem-se por senhor e voçê...há dó

poor guy fashion victim disse...

Caro anónimo,

Sabe, eu acredito até ao fim na célebre frase de Voltaire "Não concordo com o que dizes, mas defendo até a morte o direito de o dizeres" porque acredito que quem não o consegue fazer no campo pessoal, e este blog é totalmente pesoal, não o conseguirá fazer em outras situações e contextos. quer isto dizer, que salvo comentários insultuosos cujo grau de ofensa à minha pessoa ou a terceiros ultrapasasm os limites do que considero razoável, publico todos os comentários.

Considerando que o seu comentário, é insultuoso para toda uma classe profissional, os profissionais cabeleireiros e até machista (o que quis dizer ao utilizar o género femenino?, optei por publica-lo, para que ao confrontar-se com o que escreveu, talvez consiga vislumbrar, o preconceito que me parereceu padecer.

E que tal assinar da próxima vez? é que comentários anónimos, sem cair em preconceitos, costumam sempre resultar da cobardia.

Fique bem