quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Jeremy Scott Spring Summer 2011

Provavelmente e durante este ano, serão os últimos trapos de verão aqui no PGFV.













Os tempos são incertos e a recessão que julgávamos que se seguiria à crise económica parece que ainda nem começou e Jeremy Scott sintetiza de forma perfeita, a reacção da maior parte dos criadores aos tempos que vivemos e que já não sabemos quando acabarão.

Nada do que Jeremy Scott apresentou é novo, mas é como se fosse a primeira vez que a víssemos. A dicotomia entre feio/bonito, trash/glam, bom/mau já há muito que deixou de fazer sentido, mas nada como a dureza dos tempos para nos confrontarmos com a realidade.

“ Quando os nazis levaram os comunistas, não protestei, porque, afinal, eu não era comunista. Quando levaram os social-democratas, não protestei, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando levaram os sindicalistas, não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando me levaram a mim, já não havia ninguém que protestasse.”

(Poema atribuído Martin Niemöller, pastor e opositor do regime hitleriano e popularizado por Brecht, a quem na maior parte das vezes se atribui a autoria).

Entre as patetices hedonistas, fúteis e inconsequentes de uma Paris Hilton e as patetices (nada patetas ) performativas do hedonismo da Lady Gaga, obviamente que são as primeiras que estão out of fashion. Talvez por tudo isto, tudo no desfile de Jeremy Scott seja GAGA, talvez por isto Jeremy Scott esteja cada vez mais NY e menos LA.

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