segunda-feira, 1 de março de 2010

Tom Ford Activista Gay

Parto-me sempre a rir, para não chorar, quando ouço alguma mulher dizer que não é feminista, como se não tivesse sido graças ao feminismo, tudo o que qualquer mulher é hoje.

Da mesma forma bocejo para não me irritar, quando leio que o filme do Tom Ford, “A Single Man”, não é um filme gay. Também já ouvi o mesmo acerca de Milk.

Single Man é um filme gay e Tom Ford, tenha disto, consciência ou não, adoptou a posição de um activista LGBT, ou vá lá pelo menos activista G. Dizer o contrário, refugiando-se na universalidade daquilo que o filme aborda, só se pode dever, à minimização da homossexualidade, ou ao estereótipo que os homens ou as mulheres homossexuais, sentem as coisas de forma diferente dos heterossexuais, leia-se menos dignas, piores, de qualidade inferior, aos heterossexuais. Claro está, porque são homossexuais e a homossexualidade é algo qualitativamente menor que a heterossexualidade.

Então, sempre que há um filme, em que se vê um homossexual sentir amor, ou dor, ou seja lá o que for, exactamente da forma como é suposto sentir, e que é a forma como todos os humanos sentem, lá vem a história da universalidade, blá blá blá, blá blá blá e outras grandes palissadas.

Um exemplo do activismo do Tom Ford: George, personagem principal do filme, recebe o telefonema de um familiar do seu companheiro de 16 anos, feito sem a restante família disso ter conhecimento, a comunicar que esse mesmo companheiro de 16 anos, acabou de morreu num acidente de viação. No final do telefonema, George pergunta quando serão os serviços fúnebres e do outro lado de lá da linha recebe a resposta seca, que os serviços fúnebres serão apenas para a família. A expressão que Colin Firth consegue colocar na cara de George é das coisas mais activistas que tenho visto nos últimos tempos.

Mais para o meio do filme, na cena do jantar entre George e a velha amiga esta diz-lhe que o companheiro de George foi uma substituição. George enfurecido pergunta-lhe porquê, porque é que a relação dele, que durou 16 anos e que só acabou porque a outra pessoa morreu, foi uma substituição e, a dela com o marido, do qual se divorciou passados quatro anos não o foi. Provavelmente a amiga de George também acharia que A Single Man é um filme universal mas não é um filme gay.

Para terminar apenas: “A Single Man” é um filme absolutamente M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O.

2 comentários:

Luis Santos disse...

Ainda não o fui ver... Vou ver se dá pa ir este fim-de-semana.

Abraço

poor guy fashion victim disse...

Luís santos

Depois conta o que achaste do filme. ;)

abraço