segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Experimenta Design – Lounging Space

O Lounging Space instalado num palacete do Pátio do Tijolo ali ao Príncipe Real (Palácio Brancamp) e que em breve irá dar lugar a um hotel de charme, serve para o que o nome indica, para além de servir também de livraria, "showroom da Ikea" e espaço para mostrar mais algumas coisitas.

A exposição instalada no Lounging Space que talvez mais tenha sido falada nos MCS talvez seja a promovida pela Coca-Cola Light, “Venha fazer um mundo mais bonito” ou qualquer coisa assim, em que vários designers foram convidados a recriar peças a partir de peças supostamente feias, que várias pessoas entregaram em troca de uma lata de Coca-Cola Light.

Pelos vistos uma das peças tinha um vibrador, e o marketing da Coca-Cola censurou-a, tendo à Directora da Experimenta cabido a decisão final. Quando eu por lá passei a peça já tinha sido comprada pelo Berardo e por isso como já lá não estava, não a pude ver e consequentemente ainda estou sem saber se era ou não uma peça que interesse tivesse.

Quanto às outras que por lá ficaram:

1) Quem foi o idiota que trocou isto por uma lata de Coca-Coca Light? Eu ter-lhe-ia dado em troca no minímo dez.



2) Eu, jamais trocaria uma lata de Coca-Cola Zero por todas as outras peças que por lá vi (feitas pelos designers). Nem que a lata de Coca-Cola Zero estivesse quente. E até nem uma lata de Coca-Cola Light trocaria, direi mesmo que nem a bomba atómica de calorias de uma lata de Coca-Cola normal eu trocaria por alguma daquelas coisas.

Para além das peças da Ikea (que servem o espaço sem envergonhar ninguém) a única, que dei por bem empregue o meu TEMPO (o tema da experimenta é “It’s About Time", e por isso, o meu diapasão de análise à Experimenta foi: “Existiu alguma relação positiva entre o tempo que gastei e o que de cada uma das exposições trouxe?”) foi a recepção/balcão, instalado na entrada principal do palacete e que me pareceu ser do Fernando Brízio.

Mas não consegui saber ao certo a autoria, porque nenhuma das pessoas que por lá estava a atender neste “espaço referência que é o principal interface da Bienal com o grande público … “ souberam responder à minha questão. Culpa deles? Não creio!

Nota: (soube posteriormente após ter escrito este post que a autoria do balcão, bem como do candeeiro é do Luís Ferreira. Obrigado LR pela info, já que na Experimenta ninguém me soube informar).


Em Portugal enfermamos todos de uma maleita terrível, esquecemo-nos sempre das pessoas, das pessoas a todos os níveis: cliente, trabalhador, cidadão, etc.
Nos anos 80, a maior parte das indústrias têxteis portuguesas aproveitaram os fundos comunitários para se modernizarem e a modernização consistiu na compra de equipamento, esquecendo, entre muitas outras pessoas, as pessoas que iriam com as máquinas trabalhar. Creio que hoje já nenhuma existe para contar como foi, porque todas faliram.

Nos anos 90 e durante a primeira década do Sec XXI, as empresas que quiseram ou tentaram sobreviver, apostaram nas TI ou nos SI (Tecnologias de Informação ou sistemas de Informação) e mais uma vez, na maior parte dos casos, foram esquecidas as pessoas.

Por tudo isto considero normal, que a Experimenta se tenha esquecido de formar os seus recursos humanos (RH) que com o público interagem, não só no Lounging Space, mas em todos os outros locais, porque em todos os outros locais, a informação que me foi prestada acerca de cada projecto foi zero. A simpatia de todos os atendedores foi extrema, mas simpatia, não chega, já que a simpatia é apenas o primeiro patamar da prestação de um serviço.

Mas tudo isto não é estranho, afinal quer o público (clientes) quer os RH da Experimenta (não sei se voluntários se pagos, mas Recursos Humanos serão sempre) da Experimenta, são ambos pessoas e em tudo o que vi da Experimenta, não senti que a dimensão “pessoa” fosse um elemento central.
Mas pronto, há que desculpar e aceitar, isto é-nos qualquer coisa de cultural e não basta trazer designers, curators, estrangeiros (de outras culturas), para que à tuga deixemos de funcionar.

Mas vamos às coisas boas, a recepção é genial e vale todas as pseudo cómodas do Tejo Remy. Escusavam era de pôr-lhe em cima aquele candeeiro medonho que só sufoca o espaço (que eu tentei ao máximo que não parecesse nos apontamentos do meu moleskine digital).





















O projecto de uma nova garrafa para a água do Luso (ai que se me escapa a memória e não sei de quem é, alguém que me ajude ?) é fantástica também.
E para este post não parecer só azedume outras coisas boas a experimenta teve, mas ficará para outro post, que este foi apenas dedicado ao INTERFACE COM O PÚBLICO no Lounging Space da Experimenta.

1 comentário:

Anónimo disse...

o projecto da garrafa da água de Luso é da autoria do atelier Pedrita.