segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Is Bond, James Bond gay?



Parece que o James Bond dos dias de hoje poderia ser negro, porque hoje já há um presidente americano negro, mas gay definitivamente não, já que isso seria contraditório com o "seu caráter original".

As palavras são de Barbara Broccoli, produtora há mais de uma década dos filmes do Agente 007, em entrevista à revista Stern Alemã.

Ainda segundo Barbara Broccoli, o Bond é um reflexo de seu tempo e por isso, a imagem de Bond enquanto um dandy ou um cavalheiro elegante, tal como foi protagonizado por Sean Connery e Roger Moore já não tem cabimento e o Bond de hoje deve ser um durão.

Barbara Broccoli tem toda a razão, todos os Bond até Casino Royal, canastrões, machista e foleiros até à medula têm cada vez menos lugar neste mundo, mas no que Barbara Broccoli se engana redondamente é que o último James Bond protagonizado por Daniel Craig, já é irremediavelmente gay e sabem porquê?

O último James Bond é o único Bond musculado, é o Bond que melhor se veste e é o Bond que mais se despe. Esteticamente, o último James Bond não é mais que um sub produto de uma certa cultura gay.

Provavelmente Barbara Broccoli se calhar até sabe isso, só que o money ainda não está suficientemente pink.

Mas pronto, fico contente em saber que o James Bond até já pode ser negro, é que gay is the new black.

2 comentários:

Luis Royal disse...

um belíssimo discurso:

http://www.dailymotion.com/video/x7dmnd_keith-olbermann-contre-la-propositi_news

bem haja.

Anónimo disse...

Concordo e gostei deste post. De facto, os homossexuais tomaram de assalto o lugar que os negros detinham na luta de direitos e pelo reconhecimento paridade sócio-culturais nas sociedades ocidentais (nomeadamente nos E.U.A. no caso dos negros). Isto pode soar mal mas, a luta dos negros está mais ou menos encaminhada, caso haja retrocessos.

A luta na qual os homossexuais têm que prosseguir deve ser o mais mediática possível, e fazer com que o assunto nunca caia no esquecimento da memória histórica das sociedades.
Para além disso, deve continuar a jogar as cartadas (tais como as leis científicas dos diversos ramos) que desmascaram, desmistificam e que arrasam com a matriz heterossexista sob a qual vivemos.

Se o elástico político-económico-sócio-cultural não rebentar e se não houver, entretanto, graves retrocessos a nível ideológico, eu acredito que esta luta poderá ser bem sucedida e ser apenas uma questão de tempo.