LISBOA - 9ª Marcha LGBT

Se me meter a pensar nas razões, que já me levaram a participar em inúmeras gay pride, a mais imediata e que mais facilmente me vem à cabeça, é a reivindicação politica dos meus direitos. Depois, se pensar um bocadinho mais seriamente no assunto, se o meu pensamento for para além da racionalização, vem-me à memória a alegria e o divertimento que a festa um dia me deu, ao ponto de a querer repetir. E depois, se pensar mesmo a sério no assunto, vem-me à memória a redenção que sinto comigo mesmo. A redenção que torna possível substituir a vergonha que me ensinaram e tentaram obrigar a ter, por um orgulho incondicional naquilo que sou.

Participar numa gay pride na nossa cidade, sobretudo quando a nossa cidade não é, nem pouco mais ou menos gay friendly, não é apenas redentor, é libertador e, só quem já o fez, consegue perceber isto.



























































E foi assim…, do Príncipe Real até ao Terreiro do Paço e no fim, da Marcha e da minha cidade, lá estava o Tejo à minha espera, o Tejo que é um rio que já é um mar e que é sempre capaz, de me fazer reconciliar com LISBOA!

E, no Cais das Colunas, que no momento não existe, mas um dia virá a ser reposto e removerá as actuais barreiras entre a praça e o rio, pensei: "Quando as colunas voltarem para o lugar delas, já me poderei casar no meu país, porque, simplesmente não é possível parar a história".

Estúpidos Homens, estúpidos politícos, que pelas suas incompetências e pela sua falta de amor à cidade, privaram +por tempo interminável e ainda continuam a privar, Lisboa do seu cais e das suas colunas. Estúpidos Homens e estúpidos politícos, que continuam a querer privar os outros do direito de amar.





NOTA: As fotos que fui tirando ao longo da marcha, foram feitas sem qualquer preocupação de realizar um foto-reportagem. Após a publicação, dei-me conta que nas imagens que despreocupadamente fui captando, os trangenders estão quase ausentes (excepção numa das últimas).

O primeiro passo para ultrapassarmos as nossas fobias, é delas termos consciência.