terça-feira, 15 de janeiro de 2008

VOTIVES

Chegou então a hora de abordar os suportes, ou copos, como lhe quisermos chamar (em inglês são votives) que utilizamos para colocar aquelas velas democráticas, que vêm dentro de um godés de alumínio e que já entraram no nosso quotidiano.

As minhas preferidas e que verdadeiramente acho objectos de excelente design, são o Kivi criados em 1988 por Heikki Orvola e a adaptação feita a partir dos legendários vasos ondulados, que Alvar Aalto criou a partir de 1936.

Ambos os modelos são produzidos pela Iitala. Desde a sua concepção, quer os vasos do Aalto, quer o Kivi, são produzidos em exclusivo pela Iitala.

Os primeiros Kivi que entraram na minha casa, foram comprados no pavilhão da Finlândia na Expo 1998 e são na minha cor preferida para esta peça, um azul cobalto profundo. A forma do Kivi, extremamente simples e linear, mas perfeita, mostra de forma subtil a chama da vela, criando reflexos e brilhos mágicos.
Os “votives” inspirados nos vasos do Aalto (na verdade são apenas uma miniatura muito bem proporcionada de um dos vasos originais), foram-me oferecidos pelo meu mais que tudo, que sabendo a paixão que tenho pelo Alvar Aalto, carregou com eles da Finlândia para Milão.

Por todas estas razões, são-me peças muito especiais. No entanto, independentemente da carga afectiva que possam para mim ter, penso que é difícil a qualquer pessoa, não ficar indiferente à beleza poética das suas formas.

Há quem diga que o Alvar Aalto se inspirou na forma dos lagos e paisagens Finlandesas, para criar aquelas formas orgânicas. Há quem diga que foi na forma do tronco de uma árvore e mais uma outra quantidade de hipóteses.

Tenha sido onde for, o que é certo, é que os vasos do Alvar Aalto, mesmo não tendo uma utilização específica ou utilidade concreta, o próprio Aalto, nunca disse a que se destinavam, são numa palavra: Sublimes.

Será que todas as coisas que consideramos sublimes, não têm, de acordo com os nossos esquemas mentais mais raccionalistas, uma finalidade concreta?

Será que tudo o que consideramos sublime, apenas se destina à nossa contemplação, não tendo uma utilidade prática?

Que seja! Para mim a contemplação, é por si só, de uma ENORME utilidade e uma enorme FINALIDADE.


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