terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Epifanias


Milano, Via Tortona, 27-12-2008






Tal como tantos portugueses, Madrid foi a primeira capital europeia que conheci. Ainda muito pré adolescente, habituado á falta de luz nas ruas e nos edifícios de Lisboa, fiquei literalmente abismado com o fulgor da Gran Via.

Muitos anos depois e por mais vezes que regresse a Madrid, nunca consigo deixar de surpreender-me com o movimento constante das gentes em azáfama constante e com a energia em estado puro, que parece emanar de tudo e de todos.

Madrid não precisa deixar-se revelar a uns quantos poucos eleitos, para ser amada como Milão, não precisa de todos esmagar para que dela se apaixonem, ou odeiem, como NY, não precisa de se alindar até ao pormenor para seduzir como Barcelona, não precisa de embrulhar-se em papel celofane mais laços e laçarotes de cabaz de natal como Paris, para nos enganar por alguns segundos o olhar.




Madrid é Madrid e pronto. Espalhafatosa, eléctrica, exagerada, vampiresca, mas também acolhedora, intimista, requintada e sobretudo, muito segura de si e totalmente sem vergonha na cara.


Madrid, Plaza Mayor, 31-12-2009




Madrid não me mata, ajuda-me a viver!


Madrid, Gran Via, 31-12-2009


8 comentários:

Luis Royal disse...

é isso mesmo: madrid existe e funciona e pronto.
não precisa de mais nada.
não será por acaso que foi pensada como o centro da península, num projecto mais ambicioso. e até funciona.
pelo menos para alguns.
um dia destes estamos lá.
bom ano (ainda se diz?)

poor guy fashion victim disse...

Acho que sim, Um novo ano é sempre que um Homem quiser

Luis Royal disse...

por epifania refere-se à colecção de peitorais que parecem televisores streamlined (ver post abaixo)!? ;)
se não nos cruzarmos com as t-shirts vestidas, um bom 2009.
bem haja.

poor guy fashion victim disse...

Caro Luis Royal

Que peitorais? Que televisores?

Passando ao lado de que metaforicamente epifanias cada um lá terá as suas, neste caso referia-me mesmo a uma das três epifanias do calendário litúrgico. Éh que sendo perdidamente agnóstico e ferrenhamente anti clerical, sou, tal como toda a gente, o resultado deste caldo cultural judaico-cristã.

E sim, acho que ainda se pode, porque um novo ano é sempre que um Homem quiser.

Então lá vai uma vez mais: Um Bom Ano de 2009, com dias de camisola vestida mas também com dias sem camisola e de peitorais ao léu caso goste e lhe agrade. Eu adoro e asseguro-lhe que dançar ao molhe e de peitorais ao léu é uma das minhas BRINCADEIRAS de adulto que mais prazer me dão.

Luis Royal disse...

é como dizia: cada um lá terá as suas.
como não temos peitorais dignos de constar entre estes, reduzimo-nos a um círculo mais privado. se cada um tiver noção das suas limitações já não estamos mal.
um óptimo ano para si (há de chegar agosto e ainda estamos nisto! que este ano está a ser mesmo bom).

poor guy fashion victim disse...

Peitorais cada um tem os que sonhou e trabalhou para ter e cada vez acredito que somos tantos mais autênticos, quanto nos pareçemos ser com aquilo que sonhamos e nesta questões, conosco não há que ser forretas (citação também da Agrada).

Mas acredite que o prazer que tenho nesta brincadeira de criança, tem muito mais a ver com brincadeiras de adulto brincadas como espiríto de criança, que com competições em volta do tamanho das peitação e já agora do perdão e dos abs.

Se sentir curiosidade, experimente um dia rodeado de amigos de quem muito gosta e ama.

acredite para mim é 3000.000 vezes mais caloroso que o lux, onde todos controlam num circulo de cristal o divertimento dos outros.

E pronto! Boa semana ;)

poor guy fashion victim disse...

Correcção ao anterior:

do tamanho da peitaça e já agora do pernão e dos abs.

Luis Royal disse...

caro poor guy,
espero que não nos tenha entendido mal: acho lindamente que se faça rodear daquilo que mais lhe apraz e não tenho qualquer consideração a esse respeito. ou ser tiver é para um dia falarmos sobre isso, mas sem 150 pessoas a lerem.
até lá: divirta-se. que também por aqui não deixamos os créditos da diversão por mãos alheias (salvo seja).
bem haja,
lr.